www.anasantosnovo.blogspot.com......não está lá que...nasci dia 12 maio de 1973, às 8h55. Que de 1976/79, fiz ballet no Colégio mas não gostei, era muito parado e a minha mãe inscreveu-me na dança jazz do SLB. Fiquei lá até 1990, nos “Corações” e depois nas “Águias”, as classes representativas. Era a minha 2ª casa. A 1ª era a casa de férias na Lagoa de Stº André...Todos os meses tinha Saraus pelo país todo, Alemanha, Canárias...lembro-me de passar horas no 3º anel a sentir o vento e a ouvir as portas dos camarotes a bater...não, não ligo nada a futebol. Quando estava em casa dos meus pais, passava o tempo todo à janela a ver os meninos brincar na rua ou a vender os meus brinquedos aos meus pais. Lembro-me de levar a aparelhagem para a igreja para ensaiar coreografias e ficar de castigo. Lembro-me de acordar a meio da noite para fazer bolos. Lembro-me do cheiro da resina dos pinheiros e da terra com chuva na Lagoa. Lembro-me que chumbei no 9º ano, saí do Colégio, obrigaram-me a sair do Benfica, e fui trabalhar para a Ana Salazar, para pagar o Livre trânsito na antiga Escola de Dança Rui Horta (91/94). Lembro-me de ter andado em desporto no D. Pedro V, e o primeiro 19 da minha vida ser a matemática....Lembro-me que fui às escondidas fazer a audição para a Escola Profissional Balleteatro no Porto e fiquei lá (94/97). Lembro-me de trabalhava à noite na discoteca Extravaganza e no bar Mercado para pagar a casa...lembro-me da primeira peça que fiz lá, com a São Castro, ser com uma música do Pat Metheney...lembro-me do segundo 19 da minha vida, ser em análise e notação de movimento com a Né Barros, lembro-me da minha PAP ser uma reposição de um excerto de “Achterland” de Anne Therese de Keersmaeker...Lembro-me que quando voltei para Lisboa, a minha mãe tinha um ginásio. Pausa...Lembro-me que fui voluntária no Estabelecimento Prisional de Lisboa, onde partilhei expressão corporal, emoção, jogos de futebol, carpintaria, barro, festivais de música e Vida, com os utentes da Ala G- Recuperação de toxicodependentes...lembro-me que construíram uma gaiola enorme no jardim, e chamaram Ana ao primeiro passarinho que lá meteram. Lembro-me que quando lá voltei o tinham solto...perguntei porquê, responderam que não queriam prender quem os fazia sentir livres...e passei pela Escola Superior de Dança de Lisboa (98/02)...lembro-me do sótão e da fonte da garagem, lembro-me do Fontys e do trabalho de site-specific com Durk Dumon, lembro-me da audição da Olga Roriz: “...uma menina-mulher com o bilhete só de ida...” e do Francisco Pedro com o “Isso não existe!” quando apresentei “Automatismo psíquico abstracto no acaso do espaço”...lembro-me da Nina Wallon deixar todas as manhãs uma maça na secretária da Drª Manuela Valadas, lembro-me do Sr. Mourato (o Sr. Das fotocopias) e da pintura que me ofereceu, lembro-me do terceiro 19 da minha vida, ser num trabalho de música sobre Arvo Part, com a Professora Isabel Duarte. Lembro-me do espectáculo “Alzen” para o Chapitô...Pausa...
Fui atropelada, pelo que considero o meu período de formação “RESIDENTE”, através dos Cursos de Pesquisa e Criação Coreográfica do Fórum Dança, e pela Zona Z de formação intensiva do C.E.M. É destes 3 anos que vem o som que ecoa na minha pesquisa, na minha forma de estar e pensar artística e pedagogicamente. Momentos que me revelam o momento, a cada momento, como o momento. Tudo o que fiz a partir daí tem o seu sabor, mais ou menos apurado...pausa...Lembro-me de nos anos a seguir, me focar na interpretação, através do Lisboa Ballet Contemporâneo...lembro-me do Benvindo e dos seus anéis...lembro-me da voz rouca da paulinha...lembro-me de fazer o meu vestido de noiva e do Nuno Gomes me levar a cauda pelo Parque Eduardo VII...lembro-me no último espectáculo na companhia, no Eunice Munôz, de sentir um bebé a dançar dentro de mim...pausa.
À duas semanas tive uma dor de dentes desgraçada e não consegui dormir nada...Depois começo a receber e-mails dos antigos alunos a perguntar quando volto a dar aulas. Depois começo a pensar no conceito “Residentes”. Depois acho que é altura de costurar as feridas abertas, que me fazem crescer...Depois tenho um abcesso. Depois estou fechada em casa a pensar e a escrever sobre “Residentes”, uma proposta de workshop dirigida principalmente a antigos alunos, que acompanha uma nova criação. Depois partilho a ideia e as reacções são fabulosas. Depois vou ao dentista e vou ter de fazer uma cirurgia. Depois é hoje e preciso de apoios. “
Fui atropelada, pelo que considero o meu período de formação “RESIDENTE”, através dos Cursos de Pesquisa e Criação Coreográfica do Fórum Dança, e pela Zona Z de formação intensiva do C.E.M. É destes 3 anos que vem o som que ecoa na minha pesquisa, na minha forma de estar e pensar artística e pedagogicamente. Momentos que me revelam o momento, a cada momento, como o momento. Tudo o que fiz a partir daí tem o seu sabor, mais ou menos apurado...pausa...Lembro-me de nos anos a seguir, me focar na interpretação, através do Lisboa Ballet Contemporâneo...lembro-me do Benvindo e dos seus anéis...lembro-me da voz rouca da paulinha...lembro-me de fazer o meu vestido de noiva e do Nuno Gomes me levar a cauda pelo Parque Eduardo VII...lembro-me no último espectáculo na companhia, no Eunice Munôz, de sentir um bebé a dançar dentro de mim...pausa.
À duas semanas tive uma dor de dentes desgraçada e não consegui dormir nada...Depois começo a receber e-mails dos antigos alunos a perguntar quando volto a dar aulas. Depois começo a pensar no conceito “Residentes”. Depois acho que é altura de costurar as feridas abertas, que me fazem crescer...Depois tenho um abcesso. Depois estou fechada em casa a pensar e a escrever sobre “Residentes”, uma proposta de workshop dirigida principalmente a antigos alunos, que acompanha uma nova criação. Depois partilho a ideia e as reacções são fabulosas. Depois vou ao dentista e vou ter de fazer uma cirurgia. Depois é hoje e preciso de apoios. “
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